Alê Barreto foi empresário, produtor executivo e proponente de projeto da
Pata de Elefante no Programa Rumos Música do Itaú Cultural
Por Alê Barreto *
alebarreto@gmail.com
Muita gente acredita que para vender o mais importante é “ter um bom produto”. Estou falando de gente cuja venda é sua atividade principal e estou falando de gente que utiliza a venda como renda alternativa.
Nos setores criativos, onde se desenvolve a chamada “Economia Criativa”, esta noção de que é “fundamental se ter um bom produto”, leia-se “ter um bom artista”, limita a ação de muita gente. Ao pensar que só “um bom artista” pode ser vendido, você pode cair em um labirinto com poucas chances de achar a saída.
O que é “um bom artista”? As pessoas que hoje fazem parte do mercado de vendas de espetáculos para shows, eventos e entretenimento, em sua maioria, acreditam que bom artista é aquele que é percebido como alguém que tem muito sucesso. Quantidade de aparições na TV, rádio, revistas, jornais e internet são as principais referências para sua percepção de sucesso. Já se você perguntar para qualquer pessoa o que é “um bom artista”, ela irá responder comparando com o artista que mais gosta: “bom artista é alguém como a Ana Carolina” ou “um exemplo de bom artista é o Nando Reis”.
Pessoas que trabalham com a programação artística de projetos sociais geralmente acham “bom artista” aquela pessoa da qual tem notícias que se trata de alguém que superou problemas sociais ou que seja ativista em prol de causas. Dirão: “bom artista é um Bono Vox, do U2, que ajuda em causas humanitárias pelo mundo” ou “gosto muito do grupo O Teatro Mágico porque eles fazem parte do movimento Música para Baixar”.
Pessoas de áreas educativas e esportivas poderão considerar “bons artistas” aquelas pessoas que se interessem em trabalhar de forma voluntária em projetos junto a crianças e jovens.
Como podemos ver, há inúmeras formas de considerarmos alguém “um bom artista” ou de qualquer pessoa considerar alguém “um bom artista”. Até aí não há nenhum problema.
O problema é acreditarmos que o fato de estarmos trabalhando com “um bom artista” (“o bom produto”) signifique que iremos ter garantia de retorno em vendas. Isso pode fazer com que nos concentremos apenas em “descobrir talentos”, uma tarefa verdadeiramente “labiríntica”, ao invés de fazermos algo mais simples e possível: estruturarmos um processo de trabalho organizado e que traga bons resultados em vendas.
Um exemplo de processo de trabalho organizado e que traz bons resultados em vendas: aprender a vender com telefone e e-mail.
Se alguém lhe passar uma lista de pessoas e telefones para você fazer contato e oferecer um show, provavelmente você fará o que a maioria faz: irá começar a ligar para estes números. Durante esta atividade de agenciamento ativo (venda ativa), você irá se deparar com algumas situações de mal atendimento que são bem comuns:
- o telefone toca e ninguém atende;
- você deixa recado e ninguém retorna;
- após muitas vezes ligando, finalmente alguém atende e diz que irá ligar novamente dando um retorno, mas não liga mais;
- atende você, lhe fornece seu e-mail e pede que você envie uma proposta, mas nunca lhe dá retorno sobre esta proposta.
Então, o que posso fazer quando tento ligar para vender um show e sou mal atendido?
Vamos lá:
se o telefone tocar e ninguém atender
não fique gastando o seu tempo sofrendo, achando que a pessoa não quer lhe atender. Você pode estar ligando para o número errado, você pode estar ligando para o número certo, mas num horário com pouca probabilidade de ser atendido, você pode estar ligando para alguém que somente atende números conhecidos, etc.
se você for atendido e a pessoa ficar de lhe ligar novamente
pergunte de forma cordial qual será o prazo de retorno. Anote a data que a pessoa ficou de lhe ligar. Caso ela não ligue, ligue você novamente e tente retomar a negociação.
faça e mantenha atualizado um registro do histórico de suas ações de venda por telefone e e-mail. Assim você irá aprender para quais pessoas vale mais a pena investir seu tempo para apresentar e negociar propostas de shows e espetáculos.
Voltamos a falar mais sobre este assunto em breve.
Você também pode estudar estas e outras dicas práticas no curso “Aprenda a Agenciar Profissionais Criativos” na Maratona Produtor Cultural Independente prevista para os dias 06 e 07 de julho na AGS Meeting Place em São Paulo. Veja como participar em nossa loja virtual
http://produtorindependente.loja2.com.br/
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* Alexandre Barreto,
mais conhecido como “Alê Barreto”, é um profissional multifuncional.
Administrador de empresas, diretor de produção e produtor executivo,
possui competências tanto para organização de eventos e direção de
produção como para planejamento, gerenciamento e execução de projetos
culturais, sociais e corporativos. Sua ação pioneira de compartilhar
suas experiências práticas têm contribuído para a organização e
desenvolvimento de setores criativos brasileiros. Criador do blog
“Produtor Cultural Independente”, ativo desde 2006, possui diversos
textos citados e recomendados em publicações do SEBRAE e em trabalhos de graduação e pós-graduação. Seu livro "Aprenda a Organizar um Show",
primeiro método sobre produção executiva de shows publicado em língua
portuguesa na internet, já foi acessado por mais de 22.000 pessoas e
rendeu-lhe convite para cursos, palestras e consultorias em várias
cidades do Brasil e a indicação em 2013 ao Prêmio Dynamite de Música
Independente (SP).
(21) 7627-0690 alebarreto@gmail.com
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