segunda-feira, janeiro 12, 2015

A curiosidade é necessária




Por Alê Barreto
alebarreto@gmail.com




Está começando o ano. E todo começo de ano, envolve algum tipo de planejamento. Alguns vão começar a pensar o ano de 2015 agora em janeiro de 2015. Alguns vão detalhar o que já pensaram ano passado para o ano de 2015. O fato é que, com mais ou menos detalhes, em algum momento neste início de ano vamos nos deparar com momentos de planejamento. E neste momento, começamos a sair da atmosfera da "ideia inicial pensada" e nos aproximamos da atmosfera da "ideia que é possível realizar". Estou falando que neste momento começamos a ver realmente "como" nossas ideias poderão ser realizadas.

Dificilmente alguém terá à sua disposição uma equipe formada por pessoas de todas as faixas etárias e pessoas com múltiplas especialidades, para tirar todas as dúvidas que envolvem o planejamento de uma ação de entretenimento, artística, criativa, cultural, turística, etc.

Nesta situação, é muito comum acreditarmos "saber" o que o público quer. Mas esta "certeza" é baseada muitas vezes em meras percepções. Pessoas solteiras projetam atividades para crianças (mesmo nunca tendo sido pais), pessoas adultas lembram da sua adolescência (lá nos anos 90...) e querem propor algo para os jovens de hoje. E por aí vai. Dá para fazer isso? Dá. Não acho que preciso ter feito tudo ou passado por todas as experiências do mundo para falar o que acredito e propor novas intervenções no mundo. Mas é importante a gente estabelecer "pontos de referência".

Os pensadores, as pessoas que gostam de começar pela discussão conceitual, tendem a focar sua atenção no planejamento no produto. Gastam horas e horas em reuniões infindáveis discutindo detalhes do que será feito para o "público", público este que muitas vezes é apenas um desejo, uma abstração, pouco tem haver com a realidade.

Já os práticos, gostam de só pensar no público, como se este fosse "quem manda" na ação que se está pensando em realizar. De fato, sem o público, uma ação perde o sentido. Mas do reconhecimento da importância do público para achar que o público "manda" há uma diferença.

Se você é "pensador" ou "prático", procure ser mais curioso e menos operacional na hora de planejar. Alguém está em dúvida sobre o que os adolescentes querem? Procure pesquisas sobre comportamento. É um desafio tremendo descobrir a melhor forma de se comunicar com um público que o tempo todo está mudando seus hábitos.

Não se desgaste em reuniões que andam em círculos. A curiosidade é necessária.




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Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, criador do conceito, blog, marca e do programa formativo "Produtor Cultural Independente", possui duas características que marcam seu perfil. A primeira é que tornou-se um profissional multifuncional. Desafiando o paradigma de que uma carreira precisa obrigatoriamente ser focada, acredita na diversidade. É administrador de empresas, gestor cultural, gestor de pessoas, gerente de projetos, empresário artístico, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante, entre outras coisas. 
Concluiu o curso MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ) e está finalizando sua monografia sobre carreira artística com a orientação da consultora Eliane Costa.

Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro, associação cultural sem fins lucrativos cuja missão é oferecer acesso à arte no Vidigal.

A segunda característica é que adora novos desafios.

+55 21 97627 0690  alebarreto@gmail.com

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