Por Alê Barreto*
alebarreto@gmail.com
Neste mesmo momento, em vários lugares do Brasil, alguém está ansioso porque descobriu um edital que pode financiar a sua ideia, mas a ideia precisa estar detalhada na forma de um projeto, o prazo para o envio do projeto termina em uma semana e a pessoa não tem experiência ou não se sente segura para escrever. Já viu alguma situação parecida?
Então a pessoa começa desesperadamente a procurar alguém que escreva o projeto. Lembrando: ela tem uma ideia. Uma ideia talvez com alguma vaga noção de orçamento e alguns detalhes sobre como será sua execução. Mas, acima de tudo, não é um projeto, algo que uma comissão avaliadora leia, entenda a proposta e possa considerar que possui viabilidade técnica, ou seja, que é possível de acontecer.
Aproveitando a febre de estímulo a projetos no Brasil (leia-se “estímulo a produção de grande quantidade de projetos", independente se significam uso do direito público ou privado com qualidade e se estão em sintonia com as demandas da sociedade), a pessoa começa desesperadamente a ativar sua rede de contatos: “preciso de alguém que faça projetos! Indiquem-me alguém!”.
Ela encontra alguém. Na sua mente, é uma pessoa que vai só “formatar o projeto”. Como se fosse pegar um documento no Word e colocá-lo de acordo com as normas da ABNT (que também dá trabalho).
A pessoa que vai escrever o projeto, sabe que está pegando algumas ideias, mas que cabe a ela:
- editar o texto (estabelecer um alinhamento, uma coerência, nexos, corrigir o português);
- escrever textos que sejam necessários e não existam, com detalhes solicitados pelo edital;
- revisar textos (título, objetivo, justificativa, cronograma, plano de ação, pré-produção, produção e pós-produção (ou finalização), distribuição de produtos e serviços, divulgação, respeito à legislação de propriedade intelectual, orçamento (limites de rubricas, o que pode ser financiado e o que não pode ser financiado), currículo de equipe técnica e documentação, normas de acessibilidade, contrapartidas sociais (quando houver), todas e quaisquer normas do edital).
A pessoa que contrata alguém para elaborar o projeto, apesar disso tudo, julga que o projeto é seu, pois o projeto será inscrito com os seus dados. Ela será a proponente do projeto. Ela que prestará contas sobre o dinheiro solicitado.
Contudo, ficou combinado que haverá nos materiais gráficos do projeto um crédito para o trabalho de planejamento do projeto, que pode ser o nome do profissional que elaborou, o nome de sua empresa, sua logomarca, site, blog, etc.
O projeto é aprovado, o patrocínio é obtido e o projeto realizado. Ocorrem problemas na realização do projeto. Ocorrem problemas na hora de prestar contas.
Começam a correr notícias de que "o projeto do fulano deu problema..."
A pessoa que teve a ideia, que neste nosso caso também é a proponente, divulga para todos que os problemas são culpa da pessoa que fez o planejamento do projeto.
A pessoa que elaborou o projeto explica que o projeto foi feito em conjunto com seu idealizador, que todas as partes do projeto e valores financeiros tiveram participação e aprovação do idealizador e que a execução do projeto é de inteira responsabilidade deste idealizador, que é o proponente do projeto.
Afinal, de quem é projeto?
Neste mesmo momento, em vários lugares do Brasil, alguém está ansioso porque descobriu um edital que pode financiar a sua ideia, mas a ideia precisa estar detalhada na forma de um projeto, o prazo para o envio do projeto termina em uma semana e a pessoa não tem experiência ou não se sente segura para escrever. Já viu alguma situação parecida?
Então a pessoa começa desesperadamente a procurar alguém que escreva o projeto. Lembrando: ela tem uma ideia. Uma ideia talvez com alguma vaga noção de orçamento e alguns detalhes sobre como será sua execução. Mas, acima de tudo, não é um projeto, algo que uma comissão avaliadora leia, entenda a proposta e possa considerar que possui viabilidade técnica, ou seja, que é possível de acontecer.
Aproveitando a febre de estímulo a projetos no Brasil (leia-se “estímulo a produção de grande quantidade de projetos", independente se significam uso do direito público ou privado com qualidade e se estão em sintonia com as demandas da sociedade), a pessoa começa desesperadamente a ativar sua rede de contatos: “preciso de alguém que faça projetos! Indiquem-me alguém!”.
Ela encontra alguém. Na sua mente, é uma pessoa que vai só “formatar o projeto”. Como se fosse pegar um documento no Word e colocá-lo de acordo com as normas da ABNT (que também dá trabalho).
A pessoa que vai escrever o projeto, sabe que está pegando algumas ideias, mas que cabe a ela:
- editar o texto (estabelecer um alinhamento, uma coerência, nexos, corrigir o português);
- escrever textos que sejam necessários e não existam, com detalhes solicitados pelo edital;
- revisar textos (título, objetivo, justificativa, cronograma, plano de ação, pré-produção, produção e pós-produção (ou finalização), distribuição de produtos e serviços, divulgação, respeito à legislação de propriedade intelectual, orçamento (limites de rubricas, o que pode ser financiado e o que não pode ser financiado), currículo de equipe técnica e documentação, normas de acessibilidade, contrapartidas sociais (quando houver), todas e quaisquer normas do edital).
A pessoa que contrata alguém para elaborar o projeto, apesar disso tudo, julga que o projeto é seu, pois o projeto será inscrito com os seus dados. Ela será a proponente do projeto. Ela que prestará contas sobre o dinheiro solicitado.
Contudo, ficou combinado que haverá nos materiais gráficos do projeto um crédito para o trabalho de planejamento do projeto, que pode ser o nome do profissional que elaborou, o nome de sua empresa, sua logomarca, site, blog, etc.
O projeto é aprovado, o patrocínio é obtido e o projeto realizado. Ocorrem problemas na realização do projeto. Ocorrem problemas na hora de prestar contas.
Começam a correr notícias de que "o projeto do fulano deu problema..."
A pessoa que teve a ideia, que neste nosso caso também é a proponente, divulga para todos que os problemas são culpa da pessoa que fez o planejamento do projeto.
A pessoa que elaborou o projeto explica que o projeto foi feito em conjunto com seu idealizador, que todas as partes do projeto e valores financeiros tiveram participação e aprovação do idealizador e que a execução do projeto é de inteira responsabilidade deste idealizador, que é o proponente do projeto.
Afinal, de quem é projeto?
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Leer también el libro "Aprende a Organizar un Show"
Fascículo 1 portugués (Fazer produção, que bicho é esse?) o español (“Hacer la producción”, ¿qué diablos es eso?)
Fascículo 2 - portugués (As Etapas de Produção do Show) o español (Las etapas de un show)
Leer también el libro "Aprende a Organizar un Show"
Fascículo 1 portugués (Fazer produção, que bicho é esse?) o español (“Hacer la producción”, ¿qué diablos es eso?)
Fascículo 2 - portugués (As Etapas de Produção do Show) o español (Las etapas de un show)
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* Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro (RJ) juntamente com a cineasta e roteirista Luciana Bezerra e está em fase de conclusão do MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ). Sua monografia é sobre carreira artística e criativa e conta com a orientação da consultora Eliane Costa. Leia mais
* Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro (RJ) juntamente com a cineasta e roteirista Luciana Bezerra e está em fase de conclusão do MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ). Sua monografia é sobre carreira artística e criativa e conta com a orientação da consultora Eliane Costa. Leia mais
4 comentários:
Quando este curso vem pra Curitiba?
Quando este curso vem pra Curitiba?
Oi Aline, não vejo hora de ir a Curitiba. Se souber de mais gente interessada ou de pessoas que produzam cursos e workshops, me avise pelo alebarreto@gmail.com
Um grande abraço,
Alê Barreto
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