Por Alê Barreto *
alebarreto@gmail.com
No fascículo 24 do meu livro "Aprenda a Organizar um Show" que trata da questão da segurança, oriento:
"o que precisa de segurança? As pessoas, sempre em primeiro lugar".
Esta percepção em 2007, de um produtor cultural independente estreante, não estava muito longe da realidade brasileira. A evidência disso foi a constatação de um grande número eventos acontecendo no Brasil com irregularidades e situações de risco similares às da tragédia da boate Kiss.
O Ministério da Justiça publicou então a Portaria 3.083/2013 (ver também nota técnica 304/2013 da Secretaria Nacional do Consumidor) e iniciou uma campanha educativa buscando sensibilizar a sociedade para estar atenta ao cumprimento destas determinações. Mas... ainda há muita coisa a ser feita. A matéria "Boates do Rio e São Paulo ainda apresentam falhas, um ano após Santa Maria" de Alana Gandra publicada no portal da Agência Brasil traz muitas evidências disso. Segue a citação de alguns trechos:
- "(...) uma pesquisa da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) feita com 14 casas noturnas das capitais de São Paulo e do Rio de Janeiro chegou a conclusão que as falhas em relação à segurança e aos direitos do consumidor persistem na maioria dos estabelecimentos";
- "O estudo revela que, no cômputo geral, as boates de São Paulo estão em condições melhores que as do Rio de Janeiro".
- "(...) alguns itens parecem ser completamente ignorados pelas casas noturnas. Entre eles, o alvará de funcionamento e a indicação de lotação máxima, que devem ser afixados na entrada das casas noturnas e cinemas".
- "Destaque ainda para a falta de higiene e de conservação, principalmente dos banheiros. Caso da maioria das boates do Rio de Janeiro e de dois estabelecimentos de São Paulo".
As informações da pesquisa me levam a pensar também que:
- o não cumprimento das normas de segurança e do consumidor apontam a necessidade de maior fiscalização;
- há necessidade de um sistema de inspeção dos espaços e emissão de alvarás mais ágil: uma vez corrigida a situação irregular e recolhidas as taxas devidas, ter-se um prazo de 48 horas para emissão de alvarás e autorizações, de forma que os empresário que cumprirem com a legislação vigente não sejam obrigados a ficar de "portas fechadas" aguardando burocracias que atrapalham a vida de todos;
- os consumidores brasileiros precisam estar mais atentos e perder a vergonha de fiscalizar;
- é preciso melhorar a qualificação profissional das pessoas que atuam em eventos, entretenimento e ações culturais. Garanto para você que a maior parte dos alunos de produção no Brasil desconhecem a maior parte das leis que precisam ser atendidas.
Se a segurança nas duas maiores metrópoles brasileiras, que possuem a maior infraestrutura de lazer, cultura e entretenimento, como estão as demais cidades brasileiras?
Leia a matéria da Agência Brasil na íntegra.
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* Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro (RJ) juntamente com a cineasta e roteirista Luciana Bezerra e está em fase de conclusão do MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ). Sua monografia é sobre carreira artística e criativa e conta com a orientação da consultora Eliane Costa. Leia mais
* Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro (RJ) juntamente com a cineasta e roteirista Luciana Bezerra e está em fase de conclusão do MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ). Sua monografia é sobre carreira artística e criativa e conta com a orientação da consultora Eliane Costa. Leia mais
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