quinta-feira, abril 05, 2018

3 formas de começar uma carreira do zero







Uma pergunta que recebo com frequência é sobre "como começar".

Vejamos um e-mail que recebi recentemente.


[início do e-mail]

Conheci seu blog por meio de um comentário seu numa postagem sobre produção cultural.


Estou cursando Produção Cultural e gostaria de uma luz. Ainda não tenho experiência em nenhuma na área e gostaria muito de começar, mas não tenho muita noção de onde procurar, já que sempre que tento entrar em contato com produtoras, elas buscam pessoas com experiência.

Como eu começo?

[fim do e-mail]



Batalhar por uma oportunidade de trabalho começando do zero é um desafio. Mas não é um desafio exclusivo de quem está buscando trabalho na área de produção cultural. É um desafio em qualquer profissão. E para este desafio, não existe uma resposta única.

É importante lembrar também que quando se está começando do zero, não temos quase nenhum poder de barganha. Vale a pena focarmos na prioridade número 1 de quem está começando: desejo de aprender.


Primeira forma de começar do zero: utilize seu tempo livre

Mesmo que você não tenha nenhuma experiência, você tem um recurso em abundância: tempo livre. Muitos trabalhos necessitam mais de disponibilidade de tempo do que de uma longa experiência ou complexas habilidades. Quando procurar um trabalho, mostre que você tem bastante tempo disponível. 


Segunda forma de começar do zero: menos currículo e mais corpo a corpo

Divulgar nosso currículo é importante. Quando mais rápido respondermos a uma solicitação de currículo, mais estaremos demonstrando nosso interesse. Contudo, mais importante que o currículo é o "corpo a corpo". 

Comunique a todos na sua volta que você está procurando trabalho. Não tenha vergonha. No diálogo com colegas, vizinhos, amigos, familiares, conhecidos, procure descobrir o contato de pessoas para quem pode se apresentar como alguém que está procurando trabalho. 


Terceira forma de começar do zero: ofereça-se para trabalhos voluntários

Procure situações de trabalho em que você possa oferecer o seu trabalho de forma voluntária. Trabalhar de forma voluntária é uma ótima oportunidade para você demonstrar qualidades que são procuradas no mercado de trabalho, como atitude, iniciativa, organização, disciplina, motivação, capacidade de trabalhar em equipe e resiliência.



Um breve recado sobre a importância do trabalho artístico na vida do país



Outra dificuldade quando se começa do zero é ter poucos argumentos para rebater críticas das pessoas que adoram dizer que "atividades artísticas não são trabalho".

Em meu livro "Carreira Artística e Criativa", que o meu filho João Gabriel está segurando na  foto acima, esclareço que "(...) a existência da carreira profissional artística, o reconhecimento e o conhecimento de informações sobre a mesma e a estruturação do mercado para o seu exercício são ainda muito recentes. Tais fatos isolados ou em conjunto fazem com que muitas pessoas avaliem a carreira profissional artística com base em estereótipos, comparem-na com outras carreiras mais antigas e concluam que há mais dificuldades do que possibilidades. A representação de que a carreira artística é desvantajosa em relação a outras carreiras quase sempre é alimentada a partir da comparação de oferta de emprego, condições de trabalho e salário, fatores importantes no processo de escolhas profissionais, aos quais são atribuídos diferentes graus de importância conforme o contexto e o estágio de vida que uma pessoa se encontre".

Assim, falar com propriedade é fundamental. Se você está pretendendo iniciar uma carreira artística e criativa, quando alguém lhe disser que "arte e cultura não são prioridade", aproveite para esclarecer esta pessoa que arte e cultura geram valor e inovação.

Aproveite para citar as informações fornecidas pelo Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão em sua rede social, as quais transcrevo abaixo:

"(...) as atividades culturais e criativas são vocações do Brasil; constituem ativos econômicos muito relevantes; têm alto impacto sobre a geração de renda, emprego, inclusão e valor agregado; respondem por 2,64% do PIB, um milhão de empregos diretos, 200 mil empresas e instituições e mais de R$ 10,5 bilhões em impostos; e apresentam um imenso potencial de crescimento e de contribuição para o desenvolvimento do país. O poder público precisa encarar a cultura como uma área estratégica, por sua dimensão simbólica, cidadã e econômica. Uma área, aliás, que costuma dar ao governo e à sociedade muito mais do que recebe como investimento direto ou incentivo fiscal. E uma área que precisa, para se desenvolver plenamente, de um equilíbrio entre seus segmentos, agentes, elos, cadeias de valor e modos de produção e acesso".



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* Alexandre Barreto é administrador pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EAD/UFRGS) e MBA em Gestão Cultural pela Universidade Cândido Mendes (RJ) . Empreendedor que dissemina conhecimentos e atua em redes para promover mudanças. Escreveu os livros Aprenda a Organizar um Show e Carreira Artística e CriativaSaiba mais

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