domingo, agosto 02, 2009

Um escritor que tem muito a contribuir com a formação de um produtor cultural independente


Vídeo produzido pelo Jornal de Debates, cujo diretor é o meu amigo Pedro Markun


Por Alê Barreto (alebarreto@produtorindependente.com)


- Um sonho?
- Parar de trabalhar.

Ao ouvir a resposta à pergunta feita pelo jornalista Roberto D`Avila, você pode estar pensando que o entrevistado era é uma pessoa que não gosta do que faz, talvez um adolescente querendo curtir a vida ou malandro da velha guarda.

Pois o entrevistado é um intelectual que em 1997 escreveu o livro Cidade de Deus: Paulo Lins.

A vida nos mostra a cada momento que sempre há uma oportunidade de ampliarmos a nossa formação como produtores culturais independentes.

A primeira vez que ouvi falar no Paulo Lins, curiosamente, não foi na época do filme Cidade de Deus.



Foi num dia comum de trabalho, lá no Nós do Morro, em 2008. Quando perguntei "quem é Paulo Lins", minha diretora, que é uma educadora, estimulou: procure no google. Pesquisei rapidamente e vi que ele era o autor do livro que deu origem ao filme. Como uma série de outros assuntos, anotei para pesquisar mais adiante.

Hoje, quando finalmente tive a sorte de fazer minha antena pegar o sinal de TV aberta, aqui no Morro do Vidigal, sintonizei na TV Brasil e me deparei com o escritor, falando da sua formação, como escreveu o livro Cidade de Deus e o seu novo livro "Desde que o samba é samba é assim".

Durante a entrevista, ele cita encontros que teve com o Férrez, escritor que descobri recentemente, mencionado nos posts anteriores.

No final, Paulo Lins afirma: "é muito melhor ler do que escrever".

Depois desta verdadeira aula, fiquei curioso em conhecer este escritor, dialogar com ele. Achei dois vídeos no youtube, o que está no início do post e este aqui:

Um comentário:

ZÉ DE LOLA disse...

POETA ZÉ DE LOLA: CIDADE: EQUADOR RN.

POESIA:
CONVERSANDO COM OS PÁSSAROS.

I
Mim diga o motivo
Conseqüência ou razão
Algum crime eu pratiquei?
Ou serei algum ladrão?
Se não sou um delinquente
Mim diga aí seu demente
Por que estou na prisão?
II
Existem organizações
Pra cuidar dos animais,
Mas permite uma licença
Veja só o que se faz
Você paga um tostão
O bicho vai pra prisão
Não se solta nunca mais.
III
Não há motivo qualquer
Que possa justificar
Tirar nossa liberdade
Que a natureza nos dá
É uma grande covardia
Praticada dia a dia
Quando isso vai parar?
IV
Ninguém por preço nenhum
Quer que viver engaiolado
Até mesmo um criminoso
Contrata um advogado
Pra fazer sua defesa
E às vezes com sutileza
Ele solta um culpado.
V
“Coloque-se” em nosso lugar
Use sua consciência
Fique preso numa gaiola
Faça uma experiência
Pra burrice tem limite
Por que você não admite
Essa sua incoerência?
VI
O pássaro vive feliz
Em seu habitat natural
Os homens ignorantes
Que gostam de fazer mal
Tira sua liberdade
E esta imbecilidade
Eles acham que é normal.
VII
Se eu fosse funcionário
Da defesa ambiental
Ficaria muito triste
Por ver como é natural
O crime que é praticado
Como está sendo depredado
O nosso reino animal.
VIII
Oh! Como seria bom
Que o homem se ligasse
Respeitasse a diferença
Que existe em outra classe
Depredar a natureza
É uma indelicadeza
Seria bom que mudasse