sexta-feira, outubro 29, 2010
Falando de presença digital saudável e carreira artística
Por Alê Barreto*
Estou encerrando a semana muito feliz! Muitas coisas legais aconteceram. Encontrei muita gente que pensa, sente e se move para encontrar novas formas de se trabalhar com a arte, artistas e a tecnologia. Um movimento contínuo que pratico em minha vida.
Durante dois dias realizei a primeira turma do curso “Construa sua presença digital saudável”, no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB), onde em julho participei de um encontro com o pessoal do Instituto Batucar, do Coletivo Palavra e da banda Móveis Coloniais de Acaju.
A ideia de falar sobre presença digital saudável é trocar informações úteis sobre os conceitos com os quais tenho construído o meu trabalho. Assisti de perto a popularização da telefonia celular móvel no Brasil, pelo fato de ter trabalhado três anos dentro de uma das maiores operadoras do Brasil, utilizo computadores há anos, utilizo internet. Também participo do Facebook, Orkut, Twitter, estudo as novas mídias e o conceito de redes sociais. E acho que precisamos estar atentos e nunca esquecermos que tudo isso são recursos para nossa vida. Assim como um carro. Mas são apenas recursos. Não são a nossa vida.
O resultado do encontro foi muito positivo. O grupo de alunos não podia ser melhor. Difícil encerrar o curso. A vontade era de ficar mais tempo dialogando com eles.
Dois feedbacks de quem participou:
"Alê Barreto nos mostra como podemos ser eficientes sem sermos workaholics digitais. E que construir uma presença digital envolve mais do que criar perfis”.
Roberta Dollinger, produtora literária
“É bastante interessante porque dá uma outra visão além do uso pessoal e apresenta várias estratégias para melhorar sua imagem corporativa nas mídias digitais”
Antonio Balbino, assessor de projetos da Incubadora de Arte e Cultura da UNB
Leia mais sobre o curso
Na saída do curso, me reencontrei com a Nina e conheci a Alê Capone, produtora que é uma grande articuladora da cultura no Distrito Federal. Conversamos muito lá no Balaio.
4ª edição da ação cultural "Aprenda a Produzir uma Banda"
Quinta-feira o dia começou com uma grande surpresa. Me disseram que o curso seria num centro cultural. Quando cheguei, pouco antes das nove da manhã, avistei em frente ao centro este caminhão.
Lembrei da imagem. Havia assistido uma entrevista no Programa do Jô, na Rede Globo, sobre uma mulher muito criativa que levava espetáculos culturais com um caminhão para várias cidades do Brasil. Sim! Eu tive a felicidade de ministrar a 4ª edição da ação cultural "Aprenda a Produzir uma Banda" no Centro Cultural Mapati, da encantadora atriz e produtora Tereza Padilha. Olha ela aí no vídeo:
O curso aconteceu no teatro. Trabalhei desta vez de forma diferente, dando muita oportunidade para que os participantes dialogassem. Quem trabalha com produção de bandas, grupos e artistas, muitas vezes não consegue trocar informações com seus pares pois (ainda) existe uma competição exagerada no nosso setor. Foi ótimo ouvir todos falarem. Cada pessoa era um universo diferente.
Tinha gente que está trabalhando projetos com dança e querendo ajudar o filho a se desenvolver na música. Advogada aprendendo a dialogar com artistas. Pedagoga que está fazendo aula de canto.
Tinha advogado que já montou sua produtora. Músicos que querem entender mais sobre o processo de gestão de uma carreira artística. Um cara de street dance.
Tinha músico autodidata querendo saber se era possível lotar um show.
Assessora de imprensa querendo entender como começar a trabalhar com artistas. Produtora formada em artes cênicas com muita experiência na elaboração de projetos incentivados.
Tinha gente que está tendo oportunidade de trabalhar com grupo de músico conhecido em Brasília. Jovem querendo fazer produção musical. Assessora de imprensa que gosta de cuidar das pessoas. Uma mulher que largou tudo para trabalhar com a música. Uma futura socióloga que trabalha com teatro.
Durante todo o dia trocamos informações. Todos nos fortalecemos e aprendemos uns com os outros.
Um dos aspectos que considero muito importante foi poder ampliar o conceito que tenho de carreira artística, completamente diferente de querer apenas "descobrir talentos" ou transformar um artista em "celebridade".
Para mim, uma carreira artística é uma carreira profissional para quem escolheu trabalhar com arte. Não está pronta. Deve ser construída. Necessita de um esforço permanente para isso. Não depende de fórmulas de sucesso. Necessita disponibilidade para aprender.
É preciso ter vocação para isso. Eu gosto muito do que eu faço.
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* Alê Barreto é administrador, produtor cultural e autor do livro Aprenda a Organizar um Show, primeira publicação disponibilizada de forma livre e gratuita no Brasil sobre a tecnologia de produção de shows. Trabalha novos conceitos e oferece serviços diferenciados para empresas, produtores, grupos culturais e artistas. Divulga reflexões sobre seu processo de trabalho no blog Alê Barreto e valoriza encantadoras mulheres.
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