segunda-feira, outubro 05, 2009

Vamos ampliar o nosso olhar sobre a cultura e sua relação com o desenvolvimento?




Por Alê Barreto (alebarreto@produtorindependente.com)


Estou fazendo o curso à distância "Gestão Contemporânea da Cultura" da Duo Informação e Cultura, de Belo Horizonte, e na semana passada estudei o texto "Cultura e Desenvolvimento" de Cláudia Leitão, professora do Programa de pós graduação em Políticas Públicas e Sociedade da Universidade Estadual do Ceará. Um trecho me preendeu a atenção:

"Ao mantermos o mesmo modelo mental dos colonizados, perdemos nossa capacidade de pensar, criar e imaginar, limitando-nos a repercutir pensamentos alheios. As conseqüências dessa baixa auto-estima, desse cerceamento do pensamento, são dramáticas para nós: ora resultam num ufanismo ou messianismo ingênuos, sempre em busca de novos colonizadores, ora em uma profunda inação diante do presente. Alternamos os seguintes discursos: “Somos maravilhosos e talentosos, só necessitamos ser descobertos!"; "Somos incapazes, somos vítimas, nada podemos fazer”. Esse comportamento pendular é historicamente reforçado, no campo da cultura, pelo Estado, através de ações populistas e, no campo da economia, pelas instituições responsáveis pela criação de projetos de desenvolvimento tão inadaptados e distantes de nós".

Lendo o texto acima lembrei das inúmeras vezes que eu ouvi (e ainda ouço) as pessoas que trabalham na área cultural me falarem que estão esperando ser descobertas ou que a cultura jamais irá mudar no Brasil porque somos vítimas do sistema.

Eu acredito que esta forma polarizada e reducionista de pensar a cultura está com os seus dias contados. Diferentes agentes culturais tem demonstrado através de novos conteúdos, projetos e produtos culturais o quanto podemos ampliar o nosso olhar sobre a complexidade do que estamos vivendo, no mundo e na cultura. Aliás, não dá para pensar na cultura sem integrá-la ao mundo.

Assista a um bom exemplo de conteúdo que lança um novo olhar sobre o sistema sócio, político e econômico que vivemos, o filme "1,99 Um Supermercado Que Vende Palavras" de Marcelo Masagão.

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