quinta-feira, janeiro 23, 2014

As coisas muitas vezes não devem ser em tempo real, mas devem ser no bom tempo







Por Alê Barreto *
alebarreto@gmail.com

 

A frase acima não é minha. É do José Marcelo Zacchi. Agora, neste parágrafo, ela significa "sim, amigos, eu continuo escrevendo minha monografia sobre carreira artística e criativa". Muita gente me pergunta porque a demora em postar novos conteúdos. Sei que é difícil nos dias de hoje se ter paciência para esperar. Muita gente deve cansar de vir ao blog e não encontrar uma novidade. Mas até terminar esta importante etapa do meu aprendizado, o ritmo de produção de conteúdo no blog e nas redes sociais será lento. E olha... talvez até continue assim.

O exercício de não estar online o tempo todo, interagindo o tempo todo, produzindo conteúdo o tempo todo, não é uma dificuldade minha por não ter nascido em meio a telefones e tablets. Particularmente, posso garantir que utilizo a navegação em internet, blogs, redes sociais, etc. de forma muito mais produtiva e interessante que muita gente. Criei um dos primeiros blogs de produção cultural do Brasil. Lancei um dos primeiros livros de produção de shows do Brasil. Criei e divulguei cursos. Já coloquei mais de 1.000 textos na internet. Textos meus deram origem a publicações impressas. E por aí vai.

Não estar o tempo todo online trata-se de uma percepção de que não podemos endeusar os recursos. Os recursos tecnológicos são apenas recursos. Como um carro. Como uma geladeira. Podem ter um potencial maior de transformação, mas potencial não significa transformação. A primeira vez que falei sobre isso foi em outubro de 2010, no curso “construa sua presença digital saudável”, no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB).   

 
 
Ontem, vi que não é só eu que penso assim. No excelente (excelente mesmo) programa Navegador, da Globo News, o Hermano Vianna falou sobre a Long Now Foundation , a fundação do "Longo Agora" que difunde a ideia de desacelerarmos.
E agora vem de novo a frase do José Marcelo Zacchi. Ele apresentou o conceito de Slow Web, e falou que trata-se de uma ideia "de que as coisas muitas vezes não devem ser em tempo real, mas devem ser no bom tempo”.

Enfim, continuo minha pesquisa prática sobre como cada vez mais utilizar os recursos ao invés dos recursos me utilizarem.

Para quem não viu o programa, segue o link:

http://g1.globo.com/globo-news/noticia/2014/01/slow-food-e-o-contraponto-da-cultura-da-aceleracao-voce-ve-no-navegador.html

Alê Youssef, Hermano Vianna, José Marcelo Zacchi e Ronaldo Lemos estão de parabéns, não somente por este programa, mas por todos e por há tantos anos possuírem uma visão aberta e ampla sobre muitos assuntos. Minha afinidade com o pensamento deles é grande, principalmente sobre a forma como percebem os fenômenos culturais. Professores de produção e gestão cultural, gastem menos tempo em sala de aula discutindo exaustivamente "a problemática da cultura" ou preocupados que a cultura não seja devorada pelo capitalismo e apresentem textos destes pensadores para seus alunos. Estarão proporcionando uma grande lição de diversidade no ensino dos assuntos relacionados a cultura.


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Alexandre Barreto, mais conhecido como “Alê Barreto”, criador do blog, da marca e do programa "Produtor Cultural Independente", é um profissional multifuncional. Administrador de empresas, gestor cultural, gestor de pessoas, gerente de projetos, produtor executivo, consultor, criador de conteúdo, professor e palestrante. Seu trabalho pioneiro de disseminação de informações no blog e livro "Aprenda a Organizar um Show" têm inspirado pessoas que produzem ações culturais, artísticas e de economia criativa no Brasil.

Rio de Janeiro (21) 9 7627 0690/ Porto Alegre (51) 9473-1561 alebarreto@gmail.com

Atualmente é um dos gestores do Grupo Nós do Morro no Rio de Janeiro. Concluiu o curso MBA em Gestão Cultural na Universidade Cândido Mendes (RJ) e está finalizando sua monografia sobre carreira artística com a orientação da consultora Eliane Costa.

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