sexta-feira, junho 11, 2010

Aprenda a captar recursos também através de editais




Por Alê Barreto
Administrador, produtor cultural independente e palestrante


Demorou, mas tive que dar o braço a torcer. Desde que comecei a atuar como produtor independente, tinha uma rejeição a ideia de submeter um projeto a um edital público ou privado. Sabia escrever, mas não queria. Cheguei a escrever para outras pessoas. Para mim, nada.

Não queria porque achava que um trabalhador da área cultural não podia ter sua sustentabilidade baseada somente em editais. Com o tempo, fiquei menos radical. Continuo achando que um produto ou serviço cultural precisa ter vida própria, como qualquer negócio profissional, mas passei a ver a captação de recursos através da participação em processos seletivos de editais como uma possibilidade (não a única) de transformar ideias em projetos ou dar vida a projetos que somente existem no papel.

Semana passada, dei o meu primeiro passo neste sentido. Já havia escrito projetos para várias pessoas, mas nunca tinha encaminhado um projeto próprio para um edital.

Então sentei no micro e elaborei um projeto para a "Bolsa Funarte de Reflexão Crítica e Produção Cultural para Internet 2010". Este novo movimento na minha carreira me trouxe muitos aprendizados.

Compartilho agora alguns com vocês.


Como saber se participo ou não de um edital?

A primeira dúvida é a própria insegurança de quem nunca participou: "participo ou não"? Essa pergunta sempre surge quando vamos fazer algo novo em nossa vida. Só tem um jeito de saber: leia o edital.


Aprimore sua capacidade de leitura e interpretação

Entendeu o que precisa ser feito? Sabe fazer? Sabe quem pode fazer para você? Tem recursos para pagar um profissional para formatar um projeto para você?


Procure ser objetivo

Editais, via de regra, são documentos objetivos. Se no edital diz "envie 03 (três) vias da sua documentação" quer dizer que vocẽ tem que enviar 03 (três) vias. Não há espaço para "mas seu eu esquecer uma via, será que eles vão me desclassificar"? Vão.

Apresente todas as informações e documentos solicitados. Se quiser, pode encaminhar informações auxiliares, mas não invente de fazer coisas que o edital não está pedindo. Toma tempo e pode inclusive prejudicar a sua avaliação por parte da comissão organizadora do edital.


Guarde uma cópia com você

Imagine você enviar um projeto, ele ser aprovado e depois você não saber o que enviou porque não consegue acessar o arquivo num pendrive ou porque não lembra o que digitou num formulário eletrônico?

Se enviar o projeto impresso, faça mais uma cópia e guarde.
Se preencher formulário eletrônico, salve o conteúdo em um arquivo de texto eletrônico.



Não seja um "obsessivo" atrás de editais

Em geral, quem não tem o hábito de submeter projetos para editais e descobre que um abriu, entra em êxtase, fica eufórico e pensa que "esta chance não dá para perder". Calma. Editais não são promoções de supermercado que você precisa sair correndo e comprar. Todo mês tem editais abrindo em algum lugar do Brasil e do mundo. Todo ano tem edital abrindo. Não vale a pena entrar numa "obsessão" pelo edital. Pense no edital como alguém que liga solicitando um orçamento do seu trabalho. Poderá ser aprovado ou não. Você poderá ser escolhido ou não.


Quer experimentar? Acesse o observatório de editais do Ministério da Cultura. Ah, e não esqueça dos editais do programa Rumos Itaú Cultural.

2 comentários:

Ani Almeida disse...

Alê!

Adorei a nova cara do blog!
Ficou ótimo, Parabéns por mais esse passo!

E concordo contigo: temos de aproveitar mais das oportunidades que os editais abrem para desenvolvermos bons projetos, mais criativos, mais ousados e eficientes.

Um bjo meu,
Ani.

PS.: Ah, não deixe de visitar o Cultura&Oportunidade [www.culturaeoportunidade.blogspot.com]. Mantemos o blog atualizado o máximo que podemos.

Alexandre Barreto disse...

Oi Ani!
Puxa, parece que estamos comemorando a mudança do blog numa mesinha de bar! Muito gostoso seu comentário. De coração: muito obrigado!

Ah, ótimo sua dica do blog. Vou lá conhecer!

Um beijo!
Alê Barreto