terça-feira, maio 25, 2010
Produção cultural precisa de diálogo
Por Alê Barreto
Administrador, produtor cultural independente e palestrante
Uma semana fora do Rio e muita coisa para contar. Vou tentar fazer um resumo rápido.
Na ida para Goiânia, semana passada, duas boas surpresas. A primeira foi o transporte aéreo. O serviço da Gol é bom e com preço acessível. Fica aí a dica para quem precisa circular em turnês com artistas. A segunda surpresa foi a revista de bordo que é feita pela editora da Trip com três reportagens interessantes para quem busca informações atuais sobre produção cultural, relacionadas a artes cênicas, música e artes visuais.
A matéria de capa é sobre a atriz Maria Flor, que tive o prazer de conhecer em 2008 aqui no RJ, numa festa no Vidigal. Do conteúdo produzido por Bíbi da Pieve, destaco os trechos que demonstram a humildade e a leveza com que Maria Flor conduz sua carreira.
A matéria "Rumo à Estação Sutileza", feita por Doutor Ailton (desenho, jornalismo, publicidade e teatro) e Andréa de Marco (diretora da Revista Natura) apresenta a trajetória do criativo Kassin, produtor, músico e compositor que vi recentemente tocando com o Jorge Mautner no Viradão Carioca. Assisti o Kassin pela primeira vez em Porto Alegre, em 2007. Na época eu era empresário da Pata de Elefante e abrimos o show do Kassin + 2 no Bar Opinião. Também tive a impressão de que ele é um cara tranquilo.
Em "O Negócio da Arte", Eduardo Leme, criador da galeria que leva o seu sobrenome, conta como começou a trabalhar com arte. Um depoimento muito sincero e que dificilmente iremos encontrar em livros.
Editora Trip, cadê a revista em PDF livre para compartilhar estes conhecimentos?
Em Goiânia, rolou muita coisa boa, mas queria destacar aqui algumas pessoas que trabalham a cultura com olhares diferenciados. A primeira delas é Décio Coutinho, gestor de cultura do Sebrae Goiás. Décio é um importante articulador e fomentador de iniciativas e empreendimentos culturais em Goiás. Outra pessoa com quem aprendi muito foi o Carlos Brandão, profissional que me deu uma verdadeira aula de gestão de um espaço público de cultura, durante a visita que realizei ao Centro Municipal de Cultura Goiânia Ouro, onde ele é atua como diretor.
Durante o festival Bananada, tive ainda a oportunidade de conhecer a Nowah e os demais integrantes do Coletivo Pequi (Anápolis/GO), um representante da Associação Cultural e Folclórica de Anápolis, o músico e consultor do Sebrae Haroldo Menezes (Goiânia/GO), o Pablo Kossa da Fosforo Records (Goiânia/GO) e me reencontrei com o pessoal da Monstro Produtora (Léo Bigode, Razuk, Márcio), com a cantora Cláudia Vieira e com os roqueiros da Brown-Há, banda que faz parte do Coletivo Esquina de Brasília.
Por fim, minha grande surpresa em Goiânia foi o Centopéia, um coletivo de seis empresas que está desenvolvendo um novo conceito em termos de organização do trabalho e sustentabilidade na área da cultura. Mais adiante vou publicar uma matéria sobre elas.
Fiz questão de mostrar que passei uma semana trabalhando na forma de encontros e diálogos. Isso para desfazer o mito de que o produtor cultural deve estar o tempo todo em eventos, como se esta profissão se ocupasse somente atividades operacionais. Eu acredito que quando o assunto é cultura, diálogos com conteúdos ou com pessoas, quando bem conduzidos, podem contribuir mais para a construção de nossas carreiras do que toda hora estar em eventos.
E não sou só eu que acredito nisso. Veja abaixo o release de uma importante ação cultural cuja proposta é estabelecer diálogos.
INOVADOR, DIALOGUE CAFÉ tem lançamento mundial DIA 27 DE MAIO, SIMULTANEAMENTE no Rio de Janeiro e em Lisboa
Até o final de 2011, dez Dialogue Cafés serão abertos no mundo, promovendo o diálogo intercultural por meio de teleconferências e com chancela da Aliança das Civilizações, da ONU
Partilhar experiências, conversar com pessoas de diferentes partes do mundo e aprender uns com os outros – estas são algumas das propostas do Dialogue Café (www.dialoguecafe.org), uma iniciativa sem fins lucrativos que usa os recursos de videoconferência para tornar possível este diálogo. O lançamento mundial do Dialogue Café será na próxima quinta-feira, dia 27 de maio, simultaneamente, no Rio de Janeiro (na Universidade Candido Mendes) e em Lisboa, às 14h (horário de Brasília), durante o III Fórum da Aliança das Civilizações, da ONU, que este ano acontece no Rio de Janeiro, de 27 a 29 deste mês.
O Dialogue Café do Rio de Janeiro funcionará na sede da Universidade Candido Mendes, no Centro. O espaço estará voltado para o desenvolvimento de atividades de relações internacionais, com foco particular em educação e cultura, promovendo o diálogo intercultural, participação cívica e artística. O princípio básico destes ‘cafés virtuais internacionais’ são as conversas, que podem capacitar indivíduos e comunidades, quebrar preconceitos e equívocos, e gerar novas ideias sobre como lidar com alguns desafios atuais, sejam eles sociais, culturais ou ambientais.
O principal objetivo do Dialogue Café é estimular a inovação social por meio de projetos continuados e de ações de colaboração entre cidades, como conferências, concertos, palestras, aulas, apresentações artísticas e outros projetos semelhantes. A iniciativa inovadora será gerida por parceiros locais. No Rio de Janeiro, a Universidade Candido Mendes está cedendo o espaço em sua sede para instalação do café, que contará com o apoio da Associação Brasileira de Gestão Cultural na elaboração de sua programação cultural. Em Lisboa, essa gestão será feita pelo Museu da Moda e do Design (MUDE), onde funcionará, com o apoio de parceiros locais, como a Câmara Municipal de Lisboa.
Diogo Vasconcelos, Presidente da Associação Dialogue Café, destaca que: “Num mundo em mudança a globalização significa colaboração e não standardização. A inovação pode atuar como uma ponte entre países e culturas. O Dialogue Café é sobre o “nós” e o “eles” na criação conjunta de um mundo melhor.”
Depois do Rio de Janeiro e de Lisboa, serão inaugurados cafés em Londres, Amsterdã, Florença, Toronto, Doha, Ramallah, Tel Aviv, Cairo, Istambul, Nova York, São Francisco e Seul. Estes cafés estarão ligados através de uma rede global entre cafés em todo o mundo, permitindo não só os diálogos informais, mas também algumas atividades mais estruturadas entre as cidades, tais como workshops, seminários, conferências, concertos e sessões de leitura.
A associação Dialogue Café conta com o apoio do Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações e ex-Presidente de Portugal, Jorge Sampaio; da Cisco; da Fundação Calouste Gulbenkian; e da Fundação Anna Lindh. No Brasil, o professor Candido Mendes, representante latino-americano do Grupo de Alto Nível para a Aliança das Civilizações, está à frente da rede internacional, que conta com a parceria da Associação Brasileira de Gestão Cultural na gestão e programação do projeto.
Sobre o Dialogue Café
O Dialogue Café é uma ONG da Aliança das Civilizações das Nações Unidas, que utiliza a tecnologia de vídeo de última geração, permitindo a conversa cara a cara entre vários grupos de pessoas em todo o mundo, proporcionando diferentes trocas de experiências, permuta de aprendizagens e facilitando trabalhos conjuntos, com o intuito de tornar o mundo um lugar melhor. Os participantes estarão ligados através de vídeo e som em alta definição, em telas que permitem ver os interlocutores em tamanho real, assegurando que, estando em diferentes pontos do globo e pertencendo a culturas distintas, estas pessoas possam conversar e partilhar experiências.
Programação de abertura
Quinta-feira, 27 de maio de 2010
11h Breve apresentação do projeto pelo idealizadores e coordenadores locais, com a promoção de um diálogo entre dois alunos universitários que alternam seus estudos nos países distintos.
11h30 Jovens estudantes do colégio Santo Inácio trocam ideias com estudantes de Lisboa da mesma faixa etária, sobre desafios e soluções para a sustentabilidade ambiental.
12h15 Professores e universitários de ambos países trocam experiências sobre as especificidades criativas da cultura global. No Brasil, contaremos com a presença de Eliane Costa, professora da disciplina “Cultura Digital” e de Walter Romano Curi professor da disciplina “Novas Mídias na Comunicação Corporativa”, ambos ministram aulas no MBA em Gestão Cultural, da Universidade Candido.
14h30 Momento oficial de inauguração com a presença de autoridades bilaterais, com as presenças confirmadas no Rio de Janeiro: Sr. Jorge Sampaio, representante do Alto Comissionado da Aliança das Civilizações, e o Prof. Candido Mendes, Reitor da Universidade Candido Mendes. Em Lisboa aguarda-se a presença do prefeito de Lisboa, Antônio Costa, e de Emílio Rui Vilar, presidente da Fundação Calouste Gulbenkian.
15h30 Momento teatral (Lisboa) “Era um Redondo Vocábulo” – Interpretação do tema de Zeca Afonso por Marisa Teixeira.
15h45 Momento teatral (Rio de Janeiro) – esquetes da peça "A natureza do olhar", que traça um diálogo entre dois heterônimos de Fernando Pessoa, com atuação, pesquisa e adaptação de Elisa Lucinda e Geovana Pires. Supervisão Amir Haddad.
17h Momento musical: interação entre samba, representado pela música de Aleh Ferreira (Rio de Janeiro), em show interativo com o jazz de Carlos Martins (Lisboa).
*Os espetáculos serão visualizados através de telões disponíveis no local.
INAUGURAÇÃO DIALOGUE CAFE – RIO DE JANEIRO
Data: quinta-feira, 27 de maio, às 13h30
Endereço: Rua da Assembleia, 10 – térreo - Centro
Mais informações: www.dialoguecafe.org
Assessoria de Imprensa: Armazém Comunicação
Telefones: 21. 3874-7111 / 2294-4926
www.armazemcomunica.com.br / www.twitter.com/armazemcomunica
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