quinta-feira, outubro 16, 2008
Conheça o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos: Teatro Hip-Hop
Conteúdo extraído do site www.nucleobartolomeu.com.br
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos da Cooperativa Paulista de Teatro nasce em 1999, a partir do encontro de artistas de diversas áreas motivados pela idéia de concretizar uma obra cênica hibrida, criada e executada pelos diferentes pontos de vista desses artistas envolvidos.
O projeto era uma pesquisa inspirada na obra de Hermann Mellville "Bartleby, um escrituário", e deu origem ao espetáculo "Bartolomeu, O que Será que Nele Deu?", dirigido por Georgette Fadel; a partir deste primeiro resultado algumas pessoas da primeira pesquisa se sentiram motivadas a prosseguir;surge então um longo e forte processo (realizado por ocasião da ocupação do teatro arena no projeto “harmonia na diversidade” junto com mais três coletivos teatrais) que deu origem ao segundo espetáculo, "Acordei que Sonhava", livre adaptação de "A vida é sonho" de Calderón de la Barca, dirigida por Claudia Schapira.
Entre os anos de 2003 e 2004 – no período de finalização da ocupação do arena e da estréia do espetáculo “acordei que sonhava” , o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos desenvolveu o projeto "Urgência nas Ruas" - obras-manifesto, em forma de intervenções pelas ruas de São Paulo com o apoio da lei de fomento ao teatro para a cidade de São Paulo, dirigidas e escritas por Claudia Schapira.( ver link livro) A partir da observação das ruas, surge o quarto trabalho deste coletivo: a epopéia-híbrida-itinerante "Frátria Amada Brasil" – pequeno compendio de lendas urbanas , livre inspiração na odisséia de Homero para falar da busca de identidade do povo brasileiro através da mitologia híbrida de sua formação.
O Núcleo Bartolomeu de Depoimentos tem como foco de sua pesquisa de linguagem o diálogo entre a cultura hip-hop (com a contundência da autorepresentação como discurso artístico) e seus elementos: a dança de rua/break; o DJ – música; o mc/rapper, responsável e criador do improviso que gera ritmo e poesia – rap; artes gráficas/grafitti – feito pelo artista de rua, e o teatro épico com seus recursos: o caráter narrativo apoiado por uma dramaturgia que se configura depoimento do processo histórico, como instrumento que elucida uma concepção do mundo, e coloca o ator-narrador em face a si mesmo como objeto de pesquisa; como homem mutável; homem em processo, fruto do raciocínio, da reflexão. O Núcleo investiga e investe na formação do ator-mc (artista nascido a partir desse casamento estético), como potente interlocutor entre a verdade nua e crua do dia-a-dia e a obra de arte.
Tendo a legitimidade das ruas como um dos mais fortes pontos em comum, essa fusão de linguagens se afirma como terreno ideal para a expressão e reflexão sobre o mundo: seus conflitos; seus fatalismos, inoperâncias, aspirações e utopias.
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