domingo, agosto 03, 2008

A Produção Cultural deve cuidar do Meio Ambiente




Texto de Alê Barreto publicado no Overmundo.


Não sou um habitual leitor de jornais e revistas. Também não sou daqueles que acham que é preciso ver TV “para estar informado”. Apesar disso, há alguns dias atrás, comprei a edição de julho do Le Monde Diplomatique Brasil para ler na praia do Leme, aqui no Rio de Janeiro, onde estou morando desde abril.

Fiquei surpreso ao conhecer o conteúdo desta revista, que completou um ano de publicações no Brasil, pela pluralidade dos temas, numa perspectiva ampla e com entendimento da complexidade que permeia a organização social de nosso país.

Cito este fato pois foi a partir do contato com a matéria “O impacto sobre o meio ambiente”, de Jean Pierre Leroy, publicada nesta revista, que fiquei pensando sobre as relações entre a produção cultural independente e o meio ambiente.

O subtítulo da matéria diz o seguinte: “Enquanto a maioria da população brasileira deseja entrar na sociedade de consumo, parte significativa pretende ascender ao padrão da classe média alta. Concretizar essas aspirações, porém” tem um alto custo: a superexploração do trabalho e a subestimação dos custos ambientais”.

Então fiquei pensando que talvez a maioria dos produtores culturais independentes ou de pessoas que se lançam a trabalhar na área cultural, por fazerem parte desta mesma população, estejam aspirando “entrar na sociedade de consumo” ou “ascender ao padrão da classe média alta”, porém sem perceber os impactos ambientais disso.

Num país em que uma parcela considerável da população não usufrui de seu direitos culturais mínimos, que o Estado está começando a dar os primeiros passos para organização de políticas públicas, que 62,9% dos profissionais culturais estão na informalidade, pode parecer um exagero preocupar-se que as pessoas reflitam sobre seu ingresso na sociedade de consumo ou ascensão a padrões mais altos, dentro de um modelo de desenvolvimento que tem se mostrado insustentável para o planeta. Mas não é. Vejamos dois olhares iniciais sobre o tema.


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