terça-feira, julho 15, 2008

Metrópoles concentram 10% do desenvolvimento cultural do país

Conteúdo extraído publicado no site do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada no dia 11/07/2008

Dividido pelas 137 mesorregiões do Brasil (regiões com geografia sociedade e economia similares), o Indicador de Desenvolvimento Cultural (Idecult, nome provisório), que será lançado oficialmente em agosto pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que 10% das riquezas geradas pela cultura do país ficam concentradas nas regiões metropolitanas brasileiras.

O dado foi apresentado pelo desenvolvedor do Idecult, pesquisador do Ipea Frederico Barbosa, em painel sobre a economia da cultura e sua relação com os museus no 3º Fórum Nacional de Museus. O evento ocorre em Florianópolis desde a última segunda-feira (7). O indicador leva em conta cinco índices diferentes, que medem tanto a produção e o fomento culturais nos municípios quanto o consumo cultural da população.

Além do dado sobre a concentração nas regiões próximas s capitais, apenas 19 mesorregiões superaram o índice de 0,47 assim como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Idecult é medido de 0 a 1 o que significa que, na grande maioria dos municípios, a oferta e o consumo cultural são muito baixos.

Entre as mesorregiões mais desenvolvidas culturalmente e aí estão incluídas as regiões metropolitanas , 13% ficaram com o indicador entre 0,47 e 0,87. Entretanto, nos pequenos municípios com menos de 10 mil habitantes, pelo menos 54% dos domicílios realizam pelo menos um gasto com cultura por ano o que significa comprar um livro ou ir ao cinema.

Este número é mais de 20% maior nos 13 municípios brasileiros com mais de 1 milhão de habitantes: chega aos 77%. Entre as regiões do país, a que tem o maior percentual de domicílios que realizam este gasto é a Sul: 84,5%. Outro dado relevante do Idecult: apenas 4% dos municípios são responsáveis por 74% do consumo cultural do país.

O indicador também mede a situação de trabalho no setor cultural De acordo com os dados apresentados por Barbosa, aferidos pelo Cadastro Nacional de Atividades Econômicas (Cnae), um dos índices do Idecult que mede a participação das empresas culturais, os empregados na área são 4% do total brasileiro.

Nas maiores cidades do país, o número é quase o dobro: 7,7%. Do total destes empregos, 41% são informais número muito maior nos municípios com menos de 10 mil habitantes, que é de 70%. Já os dados do Código Brasileiro de Ocupações (CBO), também levados em conta para a medição do Idecult e que avaliam o número de profissionais culturais entre eles, arquitetos, publicitários e artesãos mostram que 1,148 milhão de pessoas no país trabalham no setor cultural. Elas representam 1,7% das ocupações nacionais.

O índice aponta, ainda, que 62,9% dos profissionais culturais estão na informalidade. No teatro, o número é ainda maior: 80%. Mostra ainda que essas profissões remuneram, em média, 53% a mais que as outras ocupações no Distrito Federal, a remuneração média é de R$ 1,49 mil, enquanto no Maranhão, a média é de R$ 306.

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