Artigo de Paulo Miguez, professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, apresentado no Seminário Internacional em Economia da Cultura em Recife, 16 a 20 de julho 2007.
A cultura é, certamente, um dos mais relevantes dentre os eixos que organizam a agenda contemporânea. Seus múltiplos enlaces e sua transversalidade face a outras dimensões societárias têm lhe reservado uma posição de indiscutível centralidade no mundo, hoje. E não são poucos os sinais que atestam a presença significativa da cultura nos debates e embates que conformam a contemporaneidade.
Na academia, por exemplo, território que historicamente monopolizou o debate sobre a cultura e seus fenômenos, mudanças de peso têm vindo a ocorrer. Aí, a cultura invadiu campos do conhecimento que até muito recentemente mantinham-se distantes e, não raro, hostis quanto às questões culturais. Transpôs os limites da antropologia e da sociologia, ciências sociais que classicamente, e em regime de quase exclusivismo, dela se têm ocupado, e passou a marcar presença nos estudos e pesquisas em disciplinas científicas tão distintas quanto a história, a geografia, a ciência política, a demografia, a comunicação, a psicologia, as ciências ambientais, o direito, a economia, a gestão. Até mesmo no campo dos estudos tecnológicos, a exemplo das engenharias e, muito particularmente, dos sistemas de computação, a cultura tem alimentado o interesse de pesquisadores.
Fora do universo estritamente acadêmico, a cultura, por conta do tema da diversidade cultural, tem inscrição nas agendas nacionais e nos principais foros internacionais, fruto, com certeza, da aprovação, pela 33ª Conferência Geral da UNESCO, em outubro de 2005, da Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais, instrumento normativo de fundamental importância para a cultura que tem como premissa básica a compreensão da diversidade cultural como "patrimônio comum da humanidade" (UNITED NATIONS..., 2006a).
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