sexta-feira, abril 15, 2011

Cartografia dos aprendizados sobre experiência cultural




Por Alê Barreto*
alebarreto@gmail.com


Eu e o meu cliente Fábio Neves começamos a produzir textos na busca de entender melhor o assunto consumo cultural. Para isso, escolhemos dentro do universo do consumo o tema experiência cultural.

Fábio começou pensando o seguinte:

- que experiências culturais marcam a vida de uma pessoa?
- como é a receptividade de uma platéia quando um músico sobe ao palco?
- como são (ou podem ser) as trocas entre o artista e o público?
- as possibilidades que se abrem a partir do estímulo para a experiência cultural (veja 13.500 pessoas cantando juntas na Trafalgar Square em Londres)

Eu comecei vendo um trecho de um texto sobre Marketing de Experiência e propus as seguintes questões:

- "relacionamento entre empresas e clientes" pode nas áreas de arte, comunicação, cultura e entretenimento ser pensado como "relacionamento entre artista e público"?

- de que forma podemos pensar produtos e serviços culturais que despertem a atenção pelo valor gerado pela sua interatividade?

Todas as questões que vamos apresentando não necessitam respostas imediatas. Aliás, nem queremos isso. Queremos poder olhar o assunto da experiência cultural sob vários pontos de vista.

Fábio seguiu citando um trecho do artigo "Efeito Mozart" da pesquisadora Elza de Moraes Fernandes Costa, que refere-se a relação da música com a saúde, educação e bem-estar. Foi muito interessante pois pensar em consumo cultural é pensar nos desejos e necessidades que levam uma pessoa a buscar determinadas experiências culturais. Você pode procurar uma experiência com a música pelo desejo de extravasar uma determinada emoção. Você pode procurar uma experiência com a música pela necessidade de relaxar. As motivações são inúmeras.

Esta pesquisa só comprova algo que intuitivamente podemos perceber: o ato de ouvir a música é uma experiência.

Há inúmeras outras formas de se vivenciar uma experiência cultural. Semana passada, com o lançamento da animação "Rio", me veio à mente o desenho animado. Muitos possuem uma trilha sonora. Por que será? Evidente que pelos efeitos que a música produz, que intensificam a experiência proposta ao público espectador.

Mas aí surge o seguinte pensamento: nem todo mundo reage da mesma maneira. Isso varia conforme a educação, cultura e hábitos de consumo de cada sociedade. Sobre isso, Fábio lembrou no seu texto desta semana que a música é um componente forte da identidade brasileira. Ele inclusive lembrou que eu arranho um violão nas horas vagas!

E como o assunto é experiência cultural, Fábio aproveitou para lançar um desafio: convidou pessoas que acham que não tem "dom" para música para se aventurarem a fazer uma composição e contarem esta experiência para ele enviando um e-mail para contato_fabioneves@globomail.com

Quer tentar?


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* Alê Barreto é um administrador e produtor cultural independente. Trabalha com foco na organização e qualificação dos profissionais de arte, comunicação, cultura e entretenimento. É autor do livro Aprenda a Organizar um Show, primeira publicação livre e gratuita no Brasil sobre a tecnologia de produção de shows, escreve para o site Overmundo e para a revista Fazer e Vender Cultura.

Ministra cursos, oficinas, workshops e palestras. Já atuou em capacitação de grupos culturais em parceria com o SEBRAE AC. Presta consultoria e assessoria para artistas, empresas e produtores.

Contato: (21) 7627-0690 Rio de Janeiro - RJ - Brasil




Alê Barreto é cliente do Itaú.


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