sexta-feira, fevereiro 11, 2011
Fundação Getúlio Vargas lança curso de Gestão de Projetos de Entretenimento
Por Alê Barreto*
alebarreto@gmail.com
Há poucos dias recebi um e-mail de divulgação do curso de Gestão de Projetos de Entretenimento da Fundação Getúlio Vargas, que vai começar dia 26 de março. O curso destina-se à formação de profissionais voltados a gestão dos diversos segmentos do entretenimento. Divide-se em seis módulos: Audiovisual, Editorial e Fonográfico, Eventos, Turismo, Comunicações digitais e Desenvolvimento de Projetos, abordando os principais setores da indústria do entretenimento com uma ampla discussão sobre casos concretos de sucesso de empresas ou profissionais de cada setor.
Como trata-se de um tema novo e que possui afinidades com administração, produção e gestão cultural, entrei em contato com o Prof. André Barcaui, coordenador do curso e fiz uma breve entrevista.
André é Consultor Sênior com mais de 17 anos atuando na área de gerência de projetos. É doutorando em Administração pela Universidad Nacional de Rosario (UNR) na Argentina, Mestre em Sistemas de Gestão pela UFF-RJ e formado em Informática pela PUC-RJ. Foi Project Office Manager da Hewlett-Packard Consulting responsável pela região Latino-Americana e Gerente de Programa e Serviços na IBM. É membro-fundador do PMI Chapter Rio, onde concluiu sua certificação PMP em 1999, e professor de diversos MBA’s e Coordenador do MBA em Gerência de Projetos da FGV/RJ. É também certificado Master Coach pelo Behavioral Coaching Institute. Desenvolve projetos de consultoria e treinamento na área de gerência de projetos e atua como personal coach para gerências de nível médio, de projeto e executiva. Autor do livro “Gerente também é Gente: um romance sobre gerência de Projetos” pela editora Brasport e co-autor de “Gerenciamento de Tempo em Projetos” pela editora FGV Management.
Entrevista
Produtor Cultural Independente - A noção de se trabalhar atividades culturais com método, com organização, com eficiência, é nova no mundo. No Brasil, é mais nova ainda. A partir de que momento o entretenimento passou a ser tratado como um negócio? Com a expansão da indústria do cinema? Com a expansão da indústria fonográfica? Fale-nos um pouco sobre este contexto no mundo e no Brasil.
André Barcaui - O ritmo da industria de entretenimento na America Latina vem crescendo na contramão do resto do mundo pós-crise. É claro que os Estados Unidos, por exemplo, continua sendo o maior mercado, mas em termos de crescimento, a perspectiva é toda a nosso favor. Nosso país está no epicentro deste ritmo latino de crescimento da industria, podendo atingir um crescimento de 9% até época da Copa do Mundo, que é o primeiro grande evento que teremos. Estamos falando de cifras em torno de US$ 80 bilhões, onde praticamente metade será gasta no Brasil. Junte-se a isso a mudança também do perfil do consumidor, incluindo aí a ascensão das gerações Y e Z, as redes sociais, e as novas tecnologias emergentes que influem diretamente nos formatos já existentes de entretenimento e na criação de novos formatos também. A indústria cinematográfica no Brasil é um belo exemplo, dado sua retomada nos últimos 10 anos, com produções mais estáveis e com mais suporte financeiro. Isso sem mencionar a perspectiva no setor esportivo, que vai atrair investimentos volumosos para o Brasil e seguramente para a cidade do Rio de Janeiro, afetando inclusive, direta e indiretamente, diversos outros segmentos da indústria. Todo este cenário de crescimento, traz consigo atrelado a necessidade de profissionalização. O aumento da maturidade da indústria de entretenimento, incluindo a concorrência, fez com que as iniciativas ligadas ao entretenimento buscassem naturalmente novos métodos de trabalho e ferramentas, aprimorando sua organização como um todo. É a busca Darwiniana pela adaptação na manutenção da sustentabilidade e visando crescimento.
Produtor Cultural Independente - Indústria do entretenimento e indústria criativa são a mesma coisa?
André Barcaui - Muitos empregam como sinônimos, dado que ambos estão relacionados a questão mais intangível e simbólica da cultura como um todo. São expressões do fim da última década do séc.XX, e eu diria que não existe um consenso. A indústria do entretenimento está voltada a organizações que propiciam diversão ou momentos prazeros a seu público-alvo, em geral de forma planejada e remunerada. Em tese, a indústria criativa (ou economia criativa) também, mas incluindo outras atividades culturais (preservação de patrimônio, etc.), possibilitando uma nova forma de articulação político-econômica.
Produtor Cultural Independente - Como surgiu a ideia deste curso?
André Barcaui - O curso de gestão de projetos de entretenimento da FGV surgiu justamente pela observação do crescimento do setor, associado a certa despreparação metodológica sentida e manifesta por potenciais participantes do curso. Em geral são pessoas extremamente rápidas, criativas e objetivas, que aprenderam muitas vezes com a prática, e que acabam realizando determinado evento através do melhor (e grande) esforço. Algumas produções acabam em prejuízos ou mesmo com problemas no atingimento dos prazos pré-estabelecidos por patrocinadores. Mesmo nas que dão certo, tem-se a sensação que poderiam ter sido otimizadas em seu ciclo de vida.
Produtor Cultural Independente - Que profissionais poderão aproveitar melhor o curso? Podem participar estudantes ou pessoas que não tenham experiência profissional?
André Barcaui - Não exigimos formação acadêmica superior (muitos profissionais desta área não tem, mas nem por isso deixam de ser grandes profissionais no que fazem). Os que melhor aproveitarão o curso são aqueles que pretendem desenvolver ou comercializar produtos e/ou serviços voltados ao setor de entretenimento, dado que o curso aborda diversas áreas específicas da indústria, oferecendo ao mesmo tempo, uma visão mais atualizada e convergente dos diversos setores do entretenimento.
Produtor Cultural Independente - Quais são os principais benefícios e oportunidades que o curso oferece para seus participantes?
André Barcaui - Os alunos são beneficiados com um corpo docente de primeira linha. Tanto para as palestras mais técnicas sobre gerenciamento de projetos, a parte jurídica, negociação, etc., quanto para as palestras voltadas especificamente para indústria do entretenimento, ministradas por profissionais atuantes no setor. Ao término do curso, os alunos estarão aptos a atuar em áreas de empresas voltadas ao entretenimento, seja nas atividades de desenvolvimento de produtos ou serviços, como também no gerenciamento da produção ou de sua comercialização. O curso tem duração aproximada de 14 meses.
Saiba mais
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* Alê Barreto é um administrador que gosta de arte, comunicação, cultura e entretenimento. Compartilha conhecimentos e suas experiências. É um profissional que gosta de planejar e de executar. É autor do livro Aprenda a Organizar um Show, primeira publicação livre e gratuita no Brasil sobre a tecnologia de produção de shows.
Recomenda os cursos da Associação Brasileira de Gestão Cultural, o Programa Petrobras Cultural e os projetos do Itaú Cultural.
21-7627-0690 (Rio de Janeiro)
Alê Barreto é cliente do Itaú.
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