Por Alexandre Barreto* (alebarreto@gmail.com)
Este blog, criado em 2006, é um dos poucos “registros” existentes hoje na web brasileira onde podemos encontrar referências que ancoram o pensamento de boa parte do setor cultural brasileiro, no que se refere aos temas da produção cultural, gestão cultural e outros relacionados a estes. Contudo, façamos justiça: no período de 2016 até agora, praticamente postei muito pouco, pois minha vida mudou radicalmente.
Em primeiro lugar, mudou porque ao lançar o livro “Carreira
Artística e Criativa” em 2016, fruto da reflexão de 14 anos trabalhando em
várias funções como produtor cultural, produtor executivo, gestor cultural, consultor,
palestrantes, etc. , e da conclusão do MBA em Gestão Cultural no Rio de Janeiro,
através do curso organizado pela Associação Brasileira de Gestão Cultural em
parceria com a Universidade Cândido Mendes, me permiti fazer um “sabático”,
aquele tempo que vários profissionais reservam para repensar a relação entre
sua vida e a carreira.
Em segundo lugar, minha vida mudou porque me mudei para Rio
Branco, capital do Acre, na Amazônia e me tornei pai do João Gabriel. A chegada
de um filho muda tudo.
Desenvolvendo outras atividades e não mais tendo a obrigação
de postar conteúdo com frequência, me desloquei da posição de “profissional da
Cultura” para “profissional observando a Cultura”. Coincidentemente, de 2016
até 2022 observei um período muito difícil. Com exceção de raras iniciativas
ainda acreditando na importância de se discutir a Economia da Cultura ou a
Economia Criativa, tudo que já andava devagar, parece que quase parou. Mas é
importante lembrar que antes de 2016 não era um mar de flores. Entre a ideia de
se começar a pensar a Cultura no Brasil também através da sua dimensão
econômica no período entre 2003 e 2010 e a prática, andou pouco.
O que percebo que não parou, não ficou estagnado e ainda, a
duras penas, avançou, foram as ações permanentes. Anote isso: não é apenas fomento
a fundos e editais que irá transformar a Economia Criativa brasileira. É preciso
ações permanentes. E elas existem. E não são poucas. Precisam ter mais visibilidade.
Uma dessas ações permanentes é o Guia Brasileiro de Produção
Cultural de Cristiane Olivieri e Edson Natale que carinhosamente chamarei de “Guia”
ao longo deste texto. Este foi o primeiro livro que tive contato, em 2004, que
percebi que havia uma intenção real dos autores em qualificar os profissionais
brasileiros. Mas a iniciativa não era nova. Quem estava começando a trabalhar
nos setores criativos era eu. O Guia foi lançado pela primeira vez em 1994. Em
linguagem acessível e ao mesmo tempo cuidadosamente fundamentado em conceitos acadêmicos
que dão suporte ao pensamento das Artes e da Cultura, o Guia ano a ano foi se
tornando uma referência importante para artistas, artistas que também são
produtores culturais, produtores culturais, gestores culturais e inúmeros
outros profissionais.
Outra característica muito importante deste Guia: ele é uma
teia de diálogos. Ele não é escrito somente a partir de um único ponto de
vista. Ele aborda temas de disciplinas importantes para as Artes e a Cultura como
a Administração (planejamento, questões financeiras), o Direito (direitos de
autor), a Comunicação, entre outros, em artigos, entrevistas, imagens, poesias,
quadrinhos e textos de artistas, educadores, pesquisadores, CEOs de empresas
relacionadas ao setor e gestores culturais como Daina Leyton, consultora de
acessibilidade cultural, Adriana Barbosa (PretaHub e Feira Preta), Eduardo Lyra
(Instituto Gerando Falcões), Jamil Chade (jornalista) e Danilo Santos de
Miranda (Diretor do Sesc São Paulo).
Fica aqui o meu abraço fraterno pelo lançamento do livro aos
amigos Edson Natale e Cristiane Olivieri, bem como a certeza de que em breve
estarei com mais esta edição na minha biblioteca.
Para adquirir o livro acesse o site da Amazon:
Guia brasileiro de produção cultural: Ações e reflexões
https://www.amazon.com.br/Guia-brasileiro-produ%C3%A7%C3%A3o-cultural-reflex%C3%B5es/dp/8594932278/
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* Alexandre "Alê" Barreto é Administrador de Empresas, MBA em Gestão Cultural, Mestre em Educação Profissional e Tecnológica. É apaixonado por temas relacionados a estratégia e gestão. Acredita que Arte e Cultura são motores da Inovação. Adora gerenciar projetos e trabalhar com equipes criativas. Criou em 2006 o "Produtor Independente", um dos primeiros blogs sobre produção e gestão cultural no Brasil. Atualmente é professor no Centro Universitário Uninorte (Rio Branco/AC), está cursando especialização em Product Management e especialização em Gestão de Projetos. E está buscando novo desafios!
Um comentário:
Muito obrigado, Alê! abração,
Natale
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