sexta-feira, janeiro 22, 2010

Articulação, desenvolvimento artístico e trabalho de produção com método: equilíbrio que consolida uma carreira na área cultural





Alê Barreto (Saiba mais sobre este blog)

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Segundo dados publicados na matéria "Em dívida com a democracia", Revista Isto É, 06 janeiro de 2010, conquistamos estabilidade democrática nos últimos 21 anos, um recorde do regime republicano. Mas ainda estamos aprendendo a lidar com a democracia e com os processos participativos.

Este aprendizado também está ocorrendo na área cultural. Desde 2003 vem sendo ampliadas as ações de diálogo e organização no setor cultural brasileiro.

É muito positivo ver que as pessoas estão aprendendo que através de articulações podem obter maior atenção dos meios de comunicação, do poder público e da sociedade.

Contudo, duas questões tem me preocupado dentro deste processo de aprendizado:

- muitas pessoas estão buscando viabilizar suas ações culturais somente através do apoio do Estado, partidos políticos, ONGs, associações ou coletivos;

- muitas pessoas estão trabalhando campanhas de comunicação no sentido de convencer o maior número de pessoas possível de que somente através de processos associativos é possível se desenvolver um trabalho cultural.

A articulação é uma ação que é utilizada para implementação de uma estratégia de longo prazo dentro de uma carreira profissional na área artística. Mas não é o único caminho para que uma pessoa desenvolva sua arte ou para que uma pessoa produza uma ação cultural.

Além disso, quem realmente trabalha e vive da atividade artística ou de produção cultural sabe do aspecto prático da gestão do tempo. Se a pessoa é artista, sabe que necessita dedicar boa parte do seu tempo para o estudo teórico e prático de sua arte, para poder desenvolvê-la. Além disso, também precisa dedicar uma parte do seu tempo para aprender a gerenciar sua carreira artística. E isso também demanda tempo para estudo teórico e vivência prática. Se a pessoa é um produtor ou gestor cultural, sabe também que necessita dedicar boa parte do seu tempo para o estudo teórico e prático de gestão e para aprender a se relacionar com os diferentes agentes do mercado cultural.

Por fim, nem tudo na vida é coletivo. Há momentos que o trabalho é solo. E isso não quer dizer que somos individualistas. Isso quer dizer que somos autônomos (leia também o meu texto "Solo ou Grupo" publicado no site Overmundo.

Avalie melhor o uso do seu tempo. Participe somente de mobilizações que contribuam com a sustentabilidade e o desenvolvimento artístico do seu trabalho.

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