terça-feira, fevereiro 14, 2012

Formação em fotografia contribui muito para a formação de um produtor cultural independente




Por Alê Barreto*
alebarreto@gmail.com


Muita gente acha que a fotografia pertence somente ao campo da comunicação. A fotografia pertence a vários campos. No campo da produção cultural, principalmente a independente, ela é uma disciplina formadora.

Lembrei então hoje de dar visibilidade a um importante trabalho de formação cultural aqui no Rio de Janeiro: a Escola de Fotógrafos Populares.

Segue na íntegra a newsletter que recebi do Observatório de Favelas.


Inscrições abertas para a Escola de Fotógrafos Populares - Turma 2012

Estão abertas as inscrições para uma nova turma da Escola de Fotógrafos Populares. O curso realizado pelo Programa Imagens do Povo já formou quatro turmas desde sua criação, em 2004, e agora chega a mais uma edição integrando o projeto Rio Geração Consciente, através da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Solidário da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, associada ao Ministério da Justiça e à Fundação Oswaldo Cruz.

O projeto Rio Geração Consciente oferecerá oficinas para o desenvolvimento de habilidades em linguagens de comunicação (vídeo, fotografia, artes gráficas, design gráfico, web design, reportagem, produção de rádio, redação e edição de textos) e aulas formativas em Direitos Humanos, História da Arte e Ciências Sociais. Os cursos acontecerão em diferentes favelas do Rio de Janeiro e em cada comunidade serão realizadas aulas com enfoque em áreas específicas da comunicação.

• Cantagalo, Pavão e Pavãozinho / Museu de Favela. - Arte e Memória
(www.museudefavela.org/)

• Manguinhos / Laboratório de Direitos Humanos - Rede CCAP – Audiovisual
(www.redeccap.org.br)

• Maré / Escola de Fotógrafos Populares – Observatório de Favelas - Fotografia
(www.imagensdopovo.org.br)


Como se inscrever

Os interessados em participar da Escola de Fotógrafos Populares devem entrar em contato com o Programa Imagens do Povo através do email contato@imagensdopovo.org.br. A partir deste contato, enviaremos a ficha de inscrição junto ao edital oficial do projeto Geração Consciente. O prazo para o recebimento das fichas de inscrição vai de 13 de fevereiro a 9 de março. Após este prazo, agendaremos entrevistas com os inscritos, que participarão do processo seletivo para a turma 2012 da Escola de Fotógrafos Populares. Lembramos que a prioridade será dada aos moradores de favelas e espaços populares em geral e as vagas estão destinadas aos jovens a partir dos 16 anos, que tenham o ensino fundamental completo.


Programa Imagens do Povo

Observatório de Favelas do Rio de Janeiro
Rua Teixeira Ribeiro, 535, Parque Maré, Maré, RJ.
Tel.: (21) 3105-4599 / 3104-4557 / 3888-3220
www.imagensdopovo.org.br
www.observatoriodefavelas.org.br


Saiba mais...

...Sobre a Escola de Fotógrafos Populares

A Escola de Fotógrafos Populares propõe-se a capacitar alunos oriundos de comunidades populares a desenvolver, através da fotografia documental, um olhar crítico sobre seus territórios de origem. Ao longo do curso, cada aluno será estimulado a produzir ensaios fotográficos sobre aspectos pouco veiculados da vida nas favelas, em oposição à visão estigmatizante com que a grande imprensa freqüentemente trata o tema, associando as comunidades populares apenas ao tráfico e à violência.

Busca-se materializar uma fotografia engajada e solidária, capaz de denunciar as dificuldades das populações economicamente excluídas, sem deixar de destacar sua altivez, alegria e beleza. Parte-se, aqui, do pressuposto que a identificação e a busca por uma sociedade plural, fraterna e solidária passa pelo ato de exercitar um olhar cúmplice sobre os que enfrentam dificuldades de toda ordem, imersos em um cotidiano marcado por adversidades, porém, rico em criatividade e ações solidárias. Dessa forma, acreditamos que a troca recíproca de conhecimentos se transforme em terreno fértil para a consolidação da auto-estima de jovens de comunidades populares, potencializando seus talentos e auxiliando-os no processo de autoconhecimento.

Portanto, o programa de aulas oferece, além do ensino básico e aprofundado de técnicas fotográficas e edição de imagens, acesso a discussões temáticas que abrangem desde a questão dos direitos humanos à construção do olhar e do uso da fotografia como forma de percepção e expressão, partindo da análise de trabalhos que fundaram as noções de foto documental e fotojornalismo assim como o estudo de como a ética se impõe sobre a produção fotográfica contemporânea.


...Sobre o Programa Imagens do Povo

O Programa Imagens do Povo é um centro de documentação, pesquisa, formação e inserção de fotógrafos populares no mercado de trabalho. Criado em 2004, pelo fotógrafo João Roberto Ripper, e realizado pelo Observatório de Favelas, o Programa alia a técnica fotográfica às questões sociais, registrando o cotidiano das favelas através de uma percepção crítica, que leve em conta o respeito aos direitos humanos e à cultura local.

O Imagens do Povo desenvolve ações nas esferas da educação, comunicação e cultura, com objetivo de democratizar o acesso à linguagem fotográfica, apresentando a fotografia como técnica de expressão e visão autoral da sociedade. O foco crítico consiste em formar e promover documentaristas fotográficos, potenciais multiplicadores do saber adquirido, capazes de desenvolver trabalhos autorais de registro de espaços populares, valorizando as histórias e as práticas culturais de suas comunidades, além de estimular o fortalecimento de vínculos identitários a partir do uso da linguagem fotográfica, que se torna instrumento de acesso e mapeamento de diferentes expressões culturais e sociais dos territórios onde residem, ampliando as possibilidades de difusão de novas imagens destes locais.

Os principais projetos do Programa são a Escola de Fotógrafos Populares, a Agência Escola, o Banco de Imagens, as Oficinas de Fotografia Artesanal (pinhole), o Curso de Formação em Educadores da Fotografia e a Galeria 535. Os colaboradores da Agência Escola e do Banco de Imagens são formados pela Escola de Fotógrafos Populares. Atualmente o Programa Imagens do Povo é Ponto de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.


...Sobre o Observatório de Favelas

O Observatório de Favelas é uma organização social de pesquisa, consultoria e ação pública dedicada à produção do conhecimento e de proposições políticas sobre as favelas e fenômenos urbanos. O Observatório busca afirmar uma agenda de Direitos à Cidade, fundamentada na ressignificação das favelas, também no âmbito das políticas públicas.

Criado em 2001, o Observatório de Favelas é desde 2003 uma organização da sociedade civil de interesse público (OSCIP). O Observatório tem sede na Maré, no Rio de Janeiro, mas sua atuação é nacional. Foi fundado e é composto por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares.


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* Alê Barreto é formado em Administração com Ênfase em Marketing pela Escola de Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Começou a atuar como administrador no setor cultural em 2003. Trabalhou com vários artistas independentes do RS. Em 2005 prestou serviços de produção executiva para Opus Promoções em shows nacionais (Acústico MTV Bandas Gaúchas), internacionais (Avril Lavigne, Steel Pulse) e festivais (Claro que é Rock, IBest Rock, Live n´ Louder). Em 2007 foi empresário da banda Pata de Elefante e um dos produtores executivos do disco "Um olho no fósforo, outro na fagulha", um dos melhores discos de 2008, segundo a revista Rolling Stone Brasil. Mudou-se para o Rio de Janeiro onde trabalhou entre 2008 e 2009 como gestor cultural junto a diretoria do Grupo Nós do Morro e produtor executivo de espetáculos como "Os Dois Cavalheiros de Verona" e "Machado a 3x4". Devido a sua intensa participação foi convidado a dar um depoimento sobre Nós do Morro no filme "O Rosto no Espelho" (Brasil, 2009), documentário de Renato Tapajós que investiga a relação entre os movimentos culturais de hoje e a transformação social, revelando um Brasil profundo e multicultural. Em 2009 ministrou repasse metodológico de gestão em produção cultural para grupos culturais do Acre em parceria com a Rede Acreana de Cultura e o SEBRAE. Desde de 2010 é aluno do Programa de Estudos Culturais e Sociais da Universidade Cândido Mendes, onde cursa a pós-graduação MBA em Gestão Cultural.

Em 2011 foi produtor executivo da "Missa dos Quilombos", composta em 1981 por Milton Nascimento, Pedro Tierra e Dom Pedro Casaldáliga, direção de Luiz Fernando Lobo, encenado pela Cia Ensaio Aberto no Armazém da Utopia, Cais do Porto, Rio de Janeiro. Veja fotos e trechos do espetáculo.

Escreve com frequência no blog Produtor Cultural Independente, canal de disseminação de informações (saiba mais), é autor do livro "Aprenda a Organizar um Show", colunista da revista Fazer e Vender Cultura e possui diversos textos recomendados na página de cultura e entretenimento do SEBRAE e em trabalhos de graduação e pós-graduação.

É um dos articuladores do projeto "Redes e Agentes Culturais das Favelas Cariocas", do Observatório de Favelas em parceria com a Central Única das Favelas (CUFA), Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro (SEC-RJ) e patrocínio da Petrobras, iniciativa inédita que vai formar 100 jovens, de 15 a 29 anos, em produção cultural e pesquisa social em cinco favelas do Rio (Cidade de Deus, Complexo do Alemão, Complexo da Penha, Manguinhos e Rocinha).

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Alê Barreto é cliente do Itaú.

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