sexta-feira, julho 01, 2011

Arte, comunicação, cultura e entretenimento avançam quando se trabalha com educação




Por Alê Barreto*
alebarreto@gmail.com


Esta foto foi tirada na noite de lançamento do livro "Aprenda a Organizar um Show", em novembro de 2008, na Palavraria, em Porto Alegre. Não lembro se foi o Rodrigo Dmart ou a Yara Baugarten. Por via das dúvidas, a foto é destes meus queridos amigos.

A mulher que aparece na foto ao meu lado é a minha mãe, a "Dona Amélia". Mas ela não gosta que chame assim. Gosta de ser chamada de "Amelinha".

A Amelinha esteve comigo aqui no Rio de Janeiro durante todo o mês de junho. É a terceira vez que ela vem ao Rio. Ela sempre faz questão de estar comigo no meu aniversário. Na verdade, fez isso a vida inteira. Ela gosta de estar comigo.

Sabe qual é o motivo dela fazer parte deste post hoje? É que ela despertou em mim o gosto pelo estudo. Desde criança ela me estimula a ler livros, a ir em bibliotecas, a assistir concertos de música, a olhar bons programas de TV. E faz isso até hoje.

Qual foi o resultado disso? Pouco a pouco fui aprendendo que a educação tem um poder transformador. A educação me deu a oportunidade de questionar o modelo de vida que eu vivia. Estudar me fez perceber que é possível ser administrador e produtor cultural independente. Estudar me permitiu analisar o que é relevante e o que é "moda".

Desde que comecei a atuar também como produtor, em 2003, tenho visto muita moda na cultura. Alguns exemplos: primeiro a moda era "demonizar o marketing cultural". Depois a moda era "fazer projetos para lei Rouanet". Mais adiante veio a moda da "participação". Todo mundo queria participar de câmaras setoriais de cultura, de fóruns, etc. Seguindo esta moda, veio outra: "a moda das associações". Agora estamos vivendo a "moda do crowdfunding".

Tenho certeza que questionar práticas equivocadas na relação entre o marketing e a cultura foi e é importante. Não tenho dúvida de que o mecanismo de financiamento indireto da Lei Rouanet possibilitou (e possibilita) muitas ações culturais. Sou completamente a favor da participação. Concordo com a necessidade das pessoas se associarem. Apoio toda e qualquer nova forma de mobilização de recursos.

Quando falo em "moda", não estou criticando a moda como expressão da cultura. Estou falando de moda no sentido estatístico: moda é o valor que ocorre mais vezes numa distribuição. Exemplo: se você perguntar para um grupo de 100 pessoas qual a sua preferência musical e a maior parte das respostas for "música brasileira", então a moda é escutar música brasileira.

Para mim, todas as "modas" que eu citei e tantas outras parecem reflexo de uma "moda maior": a expectativa que boa parte das pessoas tem de que alguma coisa será capaz de mudar radicalmente tudo do dia para noite, sem um trabalho relevante, permanente, no curto, médio e longo prazo.

Ensinar e estudar são bons exemplos de trabalho relevante e permanente no curto, médio e longo prazo. E trabalhos relevantes e permanentes precisam de tempo e dedicação. A minha formação como administrador e produtor cultural independente não parou. Eu completei 39 anos no dia 28 de junho e estou concluindo quase dois anos de pós-graduação em gestão cultural. Já estou pensando no mestrado. E vou cursar a faculdade de direito. Quando é que isso vai acabar? Provavelmente vou estudar a vida inteira.

Não sou o único que faz isso. Mas isso não é moda. A maioria dos administradores, produtores e gestores que atuam com arte, comunicação, cultura e entretenimento não fazem isso.

Então, se você é como eu, que começou a trabalhar agora, há 5 anos, há 10 anos, você tem uma grande oportunidade. Diferencie o seu trabalho em arte, comunicação, cultura e entretenimento através do seu processo de educação.

O público e o profissionais do novo mercado de economia criativa estão esperando por você.


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* Alê Barreto é um administrador e produtor cultural independente. Trabalha com foco na organização e qualificação dos profissionais de arte, comunicação, cultura e entretenimento. É autor do livro Aprenda a Organizar um Show, primeira publicação livre e gratuita no Brasil sobre a tecnologia de produção de shows, escreve para o site Overmundo e para a revista Fazer e Vender Cultura.

Ministra cursos, oficinas, workshops e palestras. Já atuou em capacitação de grupos culturais em parceria com o SEBRAE AC. Presta consultoria e assessoria para artistas, empresas e produtores.

Contato: (21) 7627-0690 Rio de Janeiro - RJ - Brasil




Alê Barreto é cliente do Itaú.


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O Produtor Cultural Independente gerencia os perfis das redes sociais da Associação Brasileira de Gestão Cultural (ABGC). Receba informações pelo Facebook e pelo Twitter

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